CORONELISMO NAS ELEIÇÕES ATUAIS: O PROTAGONISMO PERIGOSO DO ASSÉDIO ELEITORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

Autores

  • Amanda Paoleli Camara

Palavras-chave:

Assédio eleitoral, Voto de cabresto, Direito do trabalho, Antidemocracia

Resumo

Superadas as eleições de 2022 no Brasil, a sociedade se depara com a retrogradação dos anseios democráticos decorrente da polarização do eleitorado e de uma mudança na ordem econômica. Uma das consequências disso foi o crescente número de relatos de assédio eleitoral no trabalho, em uma espécie de modernização do voto de cabresto, que remonta às velhas práticas herdadas de uma mentalidade escravocrata típica dos “senhores de engenho” e característica do “coronelismo”. Os abusos cometidos por parcela do empresariado em clara violação a direitos fundamentais e socialmente conquistados, como é o caso do voto secreto e da autodeterminação política do cidadão, contribuíram para que o assédio eleitoral ganhasse um protagonismo indesejável nestas eleições, ecoando um alerta perigoso contra o estado democrático e de direito. Embora seja um tema historicamente debatido, este só é relembrado a cada quadriênio, o que não se espera a partir de agora diante dos desdobramentos pós-eleições. O estudo é qualitativo, utilizando-se do método dedutivo, com base em pesquisa bibliográfica, artigos e periódicos, matérias jornalísticas, legislação e jurisprudência. Conclui-se, por conseguinte, que o assédio eleitoral tornou-se uma preocupação pela sua crescente nas últimas eleições, ensejando aprofundamento de estudos para a compreensão das causas sociais por detrás do coronelismo moderno, bem como para a melhoria da regulamentação em seu enfrentamento. Doravante, é preciso adotar medidas públicas para publicização dos direitos e garantias do trabalhador, além dos canais de denúncias, pois somente a capacitação do hipossuficiente poderá fazer força frente aos interesses do poder econômico.

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Publicado

20-12-2022